abril 16, 2012

De Nul [15.04.2012 Hengelo – Holanda]

Enganaram-me as voltas do vestido deste frio – o vento que se erguia em cada estocada certeira deixou-me acreditar que não haveria silêncio onde içar as velas destas canções. Quão acertado foi o passo neste erro: recebeu-nos em êxtase o coração de Hengelo, no palco do De Nul. E como se isto não bastasse, a insistente turba convidou-nos para outra sala de concertos situada a cerca de 400 metros da primeira. O sorriso do nosso Sebastião e a promessa de uma última despedida foi o suficiente para nos deslocarmos até à segunda sala de espectáculos e reinventar o concerto com outras canções e com instrumentos tão diversos como as histórias entre elas.
E aqui, coisa rara: todos os anos é eleito um poeta da cidade. Este, de cabeça pousada nas mãos agradeceu-nos as histórias. Contou-me também que o edifício era Napoleónico – magnífico! E não o sendo, não menos magnífica invenção.
De coração cheio abandonamos Hengelo, a caminho de outra cidade, noutro país.
João Rui


Zero [15.04.2012 Hengelo – Holanda] The turns of the dress of this cold, deceived me – the wind that rose in each blow led me to believe there would be no silence where to raise the flags of these songs. How certain was the step in this mistake: the heart of Hengelo received us in ecstasy in the stage of De Nul. And as if this was not enough, the insisting crowd invited us to another concert room about 400 meters from the first. Sebastião’s smile and the promise of a last farewell was enough to go there and reinvent the concert with other songs and instruments as diverse as the stories between them. And a rare thing: here, every year the town’s poet is elected: and him, with his head hung on his hands thanked us for the stories. He told me that the building was Napoleonic – Magnificent! And that, not being the truth is no less of a magnificent invention. With our hearts full, we leave Hengelo, heading for another city in another country. João Rui